Fala e Escrita um ‘Continuo Tipológico’

A escrita somente adquire sentido se descodificada em fonemas, mesmo que num processo elaborado mentalmente, sem o uso de voz. As letras do alfabeto arábico são representações de notas sonoras.

Parece-nos legítimo afirma que a comunicação humana é essencialmente fonética, cabendo a escrita representá-la graficamente.

Entretanto, todos os textos escritos estão direta ou indiretamente relacionados ao universo do som.

Longe de nós relegarmos o papel da escrito a um plano secundário.

Ela está intimamente vinculada à fala e ambas constituem a linguagem.

O que em semiótica os teóricos chamam de um continuum tipológico.

Há mais semelhanças do que diferenças entre essas duas modalidades linguísticas  apesar de cada uma delas possuir características que as particularizam.

Existem textos escritos que se situam, no contínuo, mais próximos ao pólo da fala conversacional (bilhete, carta familiar, textos de humor, por exemplo), ao passo que existem textos falados que mais se aproximam do pólo da escrita formal (conferências, entrevistas profissionais para altos cargos administrativos e outros), existindo, ainda, tipos mistos, além de muitos outros intermediários.

Quem sabe escrever amplia os limites do tratamento de linguagem, antes restrito à modalidade auditiva. A conexão entre fala e escrita aumenta a capacidade de comunicação, com benefícios muito maiores do que a ciência pode medir.

Aprender a ler aumenta os estímulos visuais — inclusive na área visual primária do córtex, responsável por perceber fatores como cor, profundidade e distância.

Quem sabe ler e escrever distingue jogos de linguagem que passam despercebidos pelos analfabetos, como a supressão de fonemas em uma palavra.

Com a leitura o córtex auditivo também é mais “ativado”.

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Author: Jorge Cury Neto